Ordem dos Enfermeiros e Consejo General de Enfermería de España reúnem-se para discutir revisão dos modelos de prestação de cuidados de saúde ibéricos

Ordem dos Enfermeiros e Consejo General de Enfermería de España reúnem-se para discutir revisão dos modelos de prestação de cuidados de saúde ibéricos

 

 

Bastonário da OE, Enf. Germano Couto, acompanhado pelo Prof. Máximo González Jurado, Presidente do Consejo General de Enfermería de España (na foto à direita), e pelo Enf. Bruno Noronha, Vice-Presidente da OE (à esquerda ).

 

Da esquerda para a direita: Enf. José Luís Serrano, Assessor do CGE; Enf.ª Olga Fernandes, Presidente do Conselho de Enfermagem da OE; Enf.ª Lúcia Leite, Vice-Presidente da OE; Prof. Máximo González Jurado, Presidente do CGE.

27 de Setembro de 2012 marca o arranque das reuniões de trabalho bilaterais entre a Ordem dos Enfermeiros e a sua congénere espanhola, o Consejo General de Enfermería de España (CGE). Esta foi a primeira de um conjunto de reuniões no âmbito de um protocolo de cooperação firmado entre estas duas instituições reguladoras do exercício profissional em Portugal e Espanha, a 10 de maio último.

A comitiva espanhola, liderada pelo Prof. Máximo González Jurado, trouxe a Lisboa a realidade e experiência ao nível da prescrição em Enfermagem e da investigação científica nesta área do conhecimento.

No caso da prescrição em Enfermagem, esta é uma opção política assumida no país vizinho há três anos, que permite aos enfermeiros a prescrição de medicamentos não sujeitos a receita médica, outros produtos de saúde, bem como medicamentos comparticipados que constem de protocolos de atuação terapêutica consensualizados – sendo que praticamente todas as situações de atuação clínica estão protocoladas em Espanha.

Para poderem prescrever, os enfermeiros a exercer em Espanha tiveram de ter uma formação complementar que lhes atribuiu essa competência, passando a estar acreditados para o efeito. Esta formação tem vindo a ser assegurada pelo CGE.

Desde 2011, os novos graduados têm essa vertente incluída na formação ministrada pela Universidade.

Outros temas estiveram também na agenda deste evento: o desemprego dos dois lados da fronteira, sendo que o país vizinho possui neste momento cerca de 26 mil enfermeiros em situação de não empregabilidade. Embora em Portugal não haja números exatos do desemprego em Enfermagem, há a noção que é um fenómeno crescente que está a empurrar os enfermeiros para países estrangeiros. Este é um desafio comum que ambos os Estados enfrentam.

Outro desafio coletivo, nestes dois países, prende-se com a aplicação da Diretiva Europeia relativa aos direitos dos doentes em termos de cuidados de saúde transfronteiriços, a partir de outubro de 2013, bem como o reconhecimento automático dos títulos e competências dos enfermeiros nos diversos países da UE.

A vertente do Turismo de Saúde na Península Ibérica e as potencialidades deste mercado, até como resposta à crise económica que os dois países atravessam, foi outro dos assuntos discutidos no dia de hoje.

Ana Saianda