OE congratula-se com novo julgamento de enfermeiros e médicos no Bahrain

OE congratula-se com novo julgamento de enfermeiros e médicos no Bahrain

Na sequência de fortes protestos de organizações mundiais, como o Conselho Internacional de Enfermeiros (ICN), a Amnistia Internacional, as Nações Unidas e a própria pressão dos media internacionais, o Reino do Bahrain já anunciou que vai anular a sentença de prisão decretada contra 20 enfermeiros e médicos e serão ordenados novos julgamentos, sendo que desta vez os profissionais de saúde serão autorizados a apresentar a sua defesa.

Jornais internacionais, como The New York Times e The Independente, noticiaram há poucas horas que as autoridades judiciais do Bahrain anularam as condenações e penas de prisão contra 20 profissionais de saúde, proferidas há uma semana por um Tribunal de Segurança Nacional, de primeira instância e chefiado por militares.

Ao que tudo indica, médicos e enfermeiros já foram libertados e serão sujeitos, desta vez, ao Supremo Tribunal Criminal, no final deste mês.

O Ministério Público do Bahrain também contestou, na passada quarta-feira, o julgamento destes profissionais por um Tribunal Militar, sublinhando que «médicos e outros profissionais de saúde não podem ser punidos por cumprirem os seus deveres humanitários ou pelas suas opiniões políticas».

O líder da Sociedade de Enfermagem do Bahrain que tinha sido condenado a 15 anos de prisão, citado por jornais internacionais, admitiu que este «é um novo começo para nós. Espero que desta vez nos ouçam… As nossas confissões foram forçadas e sob tortura. (…) Gostaríamos de agradecer a todos os enfermeiros que se juntaram ao nosso apelo por Justiça».

Recorde-se que estes 20 profissionais de saúde tinham sido condenados por tratarem e cuidarem de activistas feridos pelas forças de segurança, durante os protestos anti-regime que decorreram naquele país em Fevereiro e Março deste ano. Mas, para além deste grupo, outros 25 médicos e enfermeiros foram também acusados de crimes relacionados com os protestos do início deste ano.

Grupos de Direitos Humanos Internacionais têm acusado o Reino do Bahrain de «negar assistência médica a manifestantes feridos e de maltratar e intimidar médicos e enfermeiros» que trabalham naquele país.

Ana Saianda