15 de Setembro – Dia do Serviço Nacional de Saúde - Ordem dos Enfermeiros apela aos cidadãos que se envolvam na defesa do SNS

15 de Setembro – Dia do Serviço Nacional de Saúde - Ordem dos Enfermeiros apela aos cidadãos que se envolvam na defesa do SNS

Na data em que se assinala o Dia do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a Ordem dos Enfermeiros não quis deixar de felicitar todos os profissionais – e em especial todos os enfermeiros que nele exercem e que ao longo destes 32 anos têm dado um contributo decisivo para os bons resultados do SNS.

Numa altura em que o contexto socioeconómico do País começa a ter implicações no funcionamento do Serviço Nacional de Saúde – com sucessivos anúncios de cortes nas despesas do SNS – a Ordem dos Enfermeiros (OE) considera que nunca como antes é importante recordar as mais-valias que o SNS trouxe à saúde dos cidadãos.

No que diz respeito à taxa de mortalidade infantil, por exemplo, os valores registados fixaram-se em 77,5‰ em 1960, sendo que em 1970 a taxa reduziu para 55,5‰. Em 1980, o valor ficou-se pelos 24,3‰ e 10 anos mais tarde a taxa fixou-se em 10,9‰. Em 2000 a taxa foi de 5,5‰ e em 2008 a mesma ficou em 3,3‰. (fonte: INE e PORDATA)

Outro exemplo reporta-se à esperança de vida à nascença, sendo que em 1970 a mesma foi estimada em 64 anos para o sexo masculino e em 70,3 anos para o sexo feminino. Em 1980, os valores fixavam-se em 67,8 anos e 74,8 anos, respectivamente. Em 1990 a esperança de vida à nascença era de 70,6 anos para os homens e de 77,5 anos para as mulheres e em 2000 cresceu para 72,9 anos e 79,9 anos, respectivamente. Em 2008, o valor alcançou os 75,8 anos para os homens e os 81,8 anos para as mulheres. Isto significa que a criação do SNS «acrescentou» mais de 10 anos à esperança de vida dos portugueses. (fonte: INE e PORDATA)

Falando especificamente de uma área muito querida aos enfermeiros – a vacinação – os dados disponibilizados pela Direcção-Geral da Saúde permitem concluir que a criação do SNS trouxe igualmente mais-valias indiscutíveis. No registo de casos de tétano, cumpre registar que, de mais de 500 casos notificados no final da década de 60 e dos cerca de 100 casos verificados no início dos anos 80, passou-se para os menos de 15 em 1998 e zero casos em 2007.

Tudo isto se conseguiu no país europeu onde menos se gasta no sector da Saúde e onde os cidadãos mais contribuem para a sua despesa. Assim sendo, trata-se de um caso ímpar plano das políticas sociais. 

Por estas e outras razões, consideramos importante salientar os progressos atingidos desde 1979, contribuindo, assim, para que os cidadãos tomem plena consciência do valor inestimável que o SNS representa para a sua saúde e bem-estar.

Perante medidas políticas que o possam colocar em causa, é igualmente necessário estarmos bem cientes de que os prejuízos serão imensos – e para todos. Por isso, cabe a todos e a cada um de nós desenvolver acções que conduzam à preservação do SNS como o conhecemos – e se possível com melhorias.  

A Ordem dos Enfermeiros encontra-se ao dispor da comunidade e dos enfermeiros para, no âmbito das suas competências, desenvolver todas as acções que estão ao seu alcance para que não haja nenhum retrocesso nos benefícios conquistados através do SNS.


Pela Bastonária,
Enf.º Jacinto Oliveira, Vice-presidente do Conselho Directivo da Ordem dos Enfermeiros 

 

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